outubro 07, 2006

Sintra continua mística

E mais um feriado (5 de Outbro), mais um meeting, cada vez com menos gente... desta feita com apenas três gatos pingados! Mas como alguém sabiamente disse "poucos, mas bons!".

E nada melhor que voltar a Sintra, precisamente um ano após o meeting anterior, para confirmar que a serra continua mística e maravilhosa, com tudo no mesmo sítio (ou então não... mas ninguém reparou!!) lol
O Palácio da Vila e os jarndis de Monserrate foram os locais visitados este ano, o primeiro à borla (vá-se lá perceber como... estamos a falar de Sintra meus amigos... tudo, mas mesmo TUDO é pago!! À excepção deste palácio bem no centro da vila, com as suas famosas chaminés, que, pelo menos nesta data tem os bilhetes dados, à pala, de borla ou à borliu... como preferirem); e o segundo pago, claro está... e com a agravante de não se poder visitar o palácio de Monserrate por dentro, dado que ainda estão a decorrer obras de restauro.

Aqui vos deixo, então umas fotos para vos aguçar o apetite e, quiçá, espevitar-vos a intenção de se juntarem a nós num próximo meeting...







Palácio de Monserrate - ala Este









Palácio da Vila, Pátio interior

Palácio de Monserrate,
visto do relvado cheio de gafanhotos!



Fotos tiradas por Sorcha (Milene Emídio)

junho 25, 2006

Entrevista a Juliet Marillier

Uma vez mais vou postar o resultado de um trabalho académico... uma entrevista realizada no âmbito da cadeira de Produção de Texto Jornalístico (com o sr. dr. professor [lol] Leonídio Ferreira).
Escolhi a escritora Juliet Marillier, uma das minhas escritoras preferidas. A versão que se segue é a versão curta e traduzida, a original há-de estar disponível brevemente (se não estiver já) no site oficial da escritora.
Como sempre, a Juliet mostrou ser uma pessoa cinco estrelas, sempre pronta para ajudar e uma simpatia como há poucas no mundo dos famosos.


Juliet Marillier escreveu o seu primeiro livro, A Filha da Floresta, em 1996, aos 48 anos de idade, em modo de terapia, após se ter divorciado. Descobriu, então que tinha potencial como escritora, quando viu o seu livro aceite para publicação, por uma editora. Nascida em Dunedin, na Nova Zelândia, mudou-se para a Austrália, em 1976 por motivos profissionais, tendo sido convidada para leccionar na universidade de Melbourne.
Actualmente vive em Perth, perto de uma comunidade rural, o que lhe permite o sossego, paz e harmonia que carece para escrever. As suas raízes neo-zelandesas de fortes tradições celtas influenciam toda a sua escrita, que conta já com seis romances de fantasia editados em Portugal.
Licenciou-se em Linguística e Música na Universidade de Otago e a sua carreira tem sido bastante diversificada, passando pelo ensino, interpretação musical e trabalho em agências governamentais.
Autora da trilogia de Sevenwaters, da Saga das Ilhas Brilhantes e das Crónicas de Bridei, Marillier conta já com alguns prémios pelas suas obras e é considerada por alguns críticos como a sucessora de Marion Zimmer Bradley.


1. Quando se apercebeu que queria ser escritora?
Não houve um momento certo. Sempre escrevi por puro prazer, desde pequena, mas escrever realmente, só após o meu divórcio. Escrevi A Filha da Floresta em cerca de três anos, como forma de terapia enquanto trabalhava a tempo inteiro na função pública. Surpreendi-me bastante quando o livro foi aceite para publicar. Suponho que esse tenha sido o facto que me fez ver a escrita como uma possível carreira.

2. Com que idade escreveu o seu primeiro livro? Publicou-o?
Tenho um pequeno romance de fantasia, que escrevi uns anos antes de escrever A Filha da Floresta. Nunca o enviei para publicação e também não tenciono fazê-lo. A Filha da Floresta foi o meu primeiro trabalho a sério enquanto romance e foi escrito entre 1996 e 1998.

3. Em que medida é que a sua terra natal (Nova Zelândia) e as tradições escocesas da mesma influenciaram a sua escrita?
A minha família adorava a música tradicional escocesa, as suas histórias e tradições, tal como toda a comunidade em que cresci. As próprias paisagens de Dunedin são bastante parecidas com as terras altas da Escócia, de onde vêm os meus ascendentes. É por tudo isto que escrevo romances com uma forte vertente celta.

4. Qual a sua inspiração quando escreve?
Sem dúvida, História. Adoro ler sobre o passado, descobrir facto que não sabia, encontrar histórias bizarras, preencher espaços. Também me interesso bastante por mitologia e superstições. Tenho lido esse tipo de histórias desde a minha infância e foram de grande influência no meu modo de escrita.

5. Pensa adaptar alguma das suas obras ao cinema?
Os direitos de autor para a trilogia de Sevenwaters estão, de momento, com alguém nos Estados Unidos, mas não tenho a certeza se este projecto irá em frente – é preciso muito dinheiro para realizar este tipo de filme. Esta decisão não me caberá a mim, vai depender da companhia cinematográfica ou do interesse de um realizador para que os direitos sejam comprados e então se avance com o projecto. Penso que O Filho de Thor daria um excelente filme.

6. As suas personagens são inventadas ou baseia-se em alguém para as criar?
Invento-as, mas estou certa que utilizo algumas características de pessoas que conheço ou que encontrei. Mas nunca basearia uma personagem inteiramente numa pessoa real.

7. Blade of Fortiu é o seu mais recente livro. Para quando a versão em português? A Bertrand já agendou prazos de publicação?
A Bertrand ainda não meu deu qualquer indicação de datas. Mas é provável que seja publicado um ano após o livro O Espelho Negro.

8. Tem seis livros editados em Portugal. Que sabe sobre a cultura e o povo portugueses?
Mais do que sabia. Quando fui entrevistada para a televisão portuguesa, há alguns anos, tive de admitir que nunca tinha lido qualquer autor português, o que me envergonhou, então, tentei compensar essa falha. Adoro os livros de José Saramago (e já li grande parte deles) assim como Fernando Pessoa. Li um pouco sobre a história do país e sobre o povo, em particular sobre os anos em que Portugal era uma potência colonial e sobre os Descobrimentos.
(Quando a Austrália for eliminada do Mundial – o que deve acontecer na primeira volta – estou a pensar torcer por Portugal, sei que têm uma boa equipa!)


9. Já considerou escrever sobre mitologia ou algum povo dos povos que viveu em Portugal?
Pensei escrever algo baseado na vida de um descobridor português perdido num conflito interior para se encontrar a ele mesmo numa terra diferente. Este projecto pode ainda ser realizado. O mais parecido que tenho até à data inclui uma personagem portuguesa num romance que estou correntemente a escrever, passado no século XVI, em Istambul.

10.Em duas trilogias e uma saga escreveu sobre costumes celtas, bretões, vickings e pictos. Como fez a sua pesquisa para estas obras?
Estudando livros de história e mapas, lendo sobre mitologia e superstições da data em que decorre o romance e viajando aos locais onde se dá a acção. Falando com pessoas locais, procurar saber sobre o tempo, detalhes geográficos, plantas e animais e elementos culturais tais como, por exemplo, o modo como eram construídos os barcos Vikings.

11. Até que ponto é que os dados sobre os povos são reais e onde começa a ficção?
Varia de livro para livro. A trilogia de Sevenwaters foi baseada em história e folclore irlandês, mas não é necessariamente fiel em termos cronológicos e históricos. Os livros posteriores têm alguns pontos de acontecimentos históricos, mas as histórias que os suportam são mera ficção. As Crónicas de Bridei são as primeiras que contam com personagens históricas reais. Os acontecimentos principais na vida de Bridei (e de Broichan) são baseados em factos verídicos, mas também há muito que é inventado, por exemplo, não se sabe nada acerca da verdadeira esposa de Bridei. E toda a religião nas Crónicas é inventada, mas baseei-a na minha pesquisa sobre os Pictos e na fé pagã que se vivia na Grã-Bretanha, na altura. Torna-se impossível separar aquilo que é ficção daquilo que é real nos livros porque ambas estão bastante ligadas.

12. Tem a preocupação de se manter fiel aos factos e à cronologia quando escreve sobre esses povos?
Estou a começar a ter essa preocupação e a ser mais cuidadosa em cada livro. A trilogia de Sevenwaters nunca foi pensada para obedecer a dados históricos – vejo-a mais como conto de fadas do que como ficção histórica. O Filho de Thor tem algumas bases históricas, embora as personagens e maior parte dos acontecimentos sejam ficção. Por exemplo, sabemos que os nórdicos estiveram nas Ilhas Órcades na altura em que a história do livro se passa, mas não sabemos quem fez a primeira viagem, ou se esta acabou em guerra ou paz. Li bastante acerca da história das ilhas e dos Vikings para escrever esse livro. E fiz bastante trabalho de pesquisa sobre a história dos Pictos para escrever as Crónicas de Bridei. Contudo, os livros são ficção, não são históricos. Onde houver lacunas na história ou no que sabemos acerca da cultura, sinto-me livre para reconstruir ou inventar detalhes, mas mantenho-os dentro daquilo que seria plausível para o tempo e cultura sobre os quais estou a escrever.

13. Concluídas as Crónicas de Bridei, já tem algum projecto literário em vista?
Tenho dois projectos em mãos, As Crónicas de Bridei e mais dois ou três livros para jovens. Quando concluir o The Well of Shades, estou a pensar escrever mais dois livros na série das Crónicas, ocorridos na geração seguinte. Quando tudo isto estiver feito, espero começar um projecto diferente. Pode ser o tal romance sobre o descobridor português que referi ou um livro passado no Império Otomano. Ou outra coisa qualquer!



(se alguem quiser a versão integral... é pedir)

Por: Milene Emídio

junho 09, 2006

Uma experiência apenas...

Há muito que aqui não vinha...
Falta de tempo e falta de material com que actualizar este blog, pois bem, ontem (por causa de um portfolio que teve de ser entregue hoje) fiz a minha tentativa de texto poético... Pensei que a prosa poética fosse a saída mais fácil e mais lógica para mim, mas não consegui... Então, depois de muito riscar e de muitas folhas rasgar... Eis que:

Por onde vou…
Neste largo e fundo rio de dor,
Neste túnel claustrofóbico de solidão,
Busco luz,
Busco conforto,
Procuro-te com sofreguidão,

Mas tu apenas não estás!

As trevas da noite…
Há muito que me assombram.
Tentam arrancar de mim
As memórias de doces sonhos,
Glórias de outros tempos,
Todos os momentos risonhos
Que guardo de ti.

Por onde vou,
Que não consigo acordar?
Queria ver-te, ouvir-te, ter-te…
Sair desta sombra,
Viver novamente qual flor que saboreia o sol,
Sem ter medo de te perder,
Sem ter medo de murchar.

Queria liberdade!
Sentir calor, sentir prazer, sentir-me viva…
Sentir-me detentora da verdade,
Daquela que de ti me priva.
Quero amar-te sem amarras,
Como já uma vez te amei.
Sair daqui apenas…


Milene Emídio

fevereiro 02, 2006

O Amanhã (excerto)

Como já tenho vindo a fazer em fóruns, agora que tenho um blog, resolvi também postar algo de minha autoria (não que os artigos não o sejam, porque são)... um dos textos que vou escrevendo quando a vontade aperta, a inspitação se solta e me dá na cabeça para me sentar em frente do computador com o word aberto e tal... Podem deixar, se quiserem, os vossos comentários. Para quem quiser ler o texto na íntegra, é falar comigo que eu envio.


O Amanhã

«Esperei-te…
Esperei-te em vão… Pensei que acabasses por aparecer, mas nem tu, nem qualquer notícia tua.
Apenas o vazio me consome, consome o calor deste quarto. A dor aperta e tu não vens. Esperei-te toda a noite, e o dia antes desta. Para ser franca já perdi a conta às horas, dias, quem sabe até mesmo semanas… para mim o tempo já pouco significado tem, queria apenas ter-te aqui comigo e de ti nem sinal.
O frio apodera-se da minha alma, enregela-me o corpo, as lágrimas foram tantas que me encontro seca e oca por dentro. Limito-me a esperar por ti, dia e noite, sem cessar. Por onde andas? Que te impede de dizer o que se passa? Porque não vens?(...)
»


O corpo tremia-me como que sacudido por um qualquer vento, as lágrimas ameaçavam cair novamente, gordas e salgadas, mas lutei contra elas com as forças que ainda me restavam. A sensação de vazio adensava-se, já não me sentia oca, as lágrimas interiores preenchiam-me, mas não queria chorar, não o ia fazer.
(...)
Saí da água com o mesmo passo com que lá tinha entrado, como que comungando com a areia fina sob os meus pés e com as ondas que me embalavam a saia. Estava encharcada até aos ossos, mas ainda assim não sentia frio. A lua banhava o céu com a sua luz prateada e as estrelas decoravam cada ponto do manto negro. Não havia qualquer nuvem e a brisa era somente um murmúrio dos espíritos. Sentei-me. A areia era fofa e limpa. Cruzei as pernas, fechei os olhos e ali me deixei estar durante o que me pareceram horas. A última tentativa de encontrá-lo… invocaria os guardiães, pediria ajuda à deusa mãe e faria esse último esforço para tentar saber o que lhe acontecera. À minha volta desenhei um círculo, mentalmente construí um pentagrama e telepaticamente tentei o impossível. Uma vez mais… tudo se mostrou mudo perante a minha vontade. Não conseguiria saber dele, não o tinha conseguido durante todo o tempo em que o esperei e não iria ser agora.
(...)
A minha mente estava vazia tal como o meu corpo. O luto teria de ser feito. Estranho falar em luto quando não sei sequer o que lhe aconteceu, mas se não me quis ver, nem notícias me enviou… terei de dar a sua presença como extinta. O termo adequado será mesmo luto!
Não… não queria voltar a chorar nem a sofrer como sofri naqueles dias, naquelas semanas. Continuaria a esperar em silêncio, mas não da forma ingénua e pura como o tinha feito até então.


Por: Milene Emídio

janeiro 12, 2006

Tragic Comic - uma banda que promete!

Antes de mais... bom ano de 2006 para todos.

Uma vez mais optei por seguir um dos temas que mais me agrada... a música.
Em forma de proposta e também em forma de publicidade (porque gosto de ajudar os amigos), trago aqui uma banda portuguesa que ainda (leia-se mesmo AINDA) não é muito conhecida, mas que promete abalar os pilares da música em Portugal, e quiçá lá por fora.

Definem-se como um grupo de rock progressivo e já arrecadaram o primeiro lugar em vários concursos de bandas amadoras. Em dois anos de existência têm vindo a apurar o seu estilo musical. As influências musicais dos sete elementos que compõem os Tragic Comic estão patentes nas suas músicas, e são tão variadas que seria impossível catalogá-las a todas (de referir que do rock ao heavy-metal... estes sete amigos de Almada ouvem de praticamente tudo).
Com duas maquetes gravadas e um contracto com a empresa de managing Alien (www.alien.pt), o grupo afirma-se como «A Melhor Banda do Mundo» (e com muita razão de ser, não em termos pretenciosos, mas sim do modo como apreendem e vivem este projecto).
Todas as informações, incluindo algumas faixas para audição livre, estão disponíveis em www.tragic-comic.net

Membros da banda:
Diana e Né - vozes
Indy - teclas
Catarina - bateria
Carlitos e Ozzy - guitarras
Patrão - baixo

Visitem o site, pesquisem, oiçam...e lembrem-se deste nome, porque ainda o vão ouvir muitas vezes: TRAGIC COMIC!

(o meu obrigada à Diana, ao Indy e ao Carlitos que tão simpaticamente me concederam aquela bela entrevista para o Flash IPS)

Milene Emídio